segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que li em 2010

Publicado originalmente no Blog Pacaembuanas (http://pacaembuanas.blogspot.com/)

Por Jefferson Atayde

twitter: @jeffersonpaca


Em 2010 eu comecei a ter acesso à biblioteca do CCBB-RJ, que tem um ótimo acervo, apenas entrando em um dos aplicativos do banco. Em alguns dias o livro chega na minha mesa em malote lacrado. Maravilha, praticamente não peguei livros em outro lugar neste ano. Como o sistema guarda o "histórico do usuário", fiquei com uma relação dos livros emprestados (e, portanto teoricamente lidos) ao longo do ano; coisa que eu sempre quis fazer e que nunca deu certo, quase sempre porque eu perdia a lista ou me esquecia dela.

Analisando a relação fica claro que não foram muitos livros, 10, não batendo nem a minha meta de um livro por mês. Situação acentuada pelo fato de que "Todos os homens do presidente" é apenas um livreto desses publifolha - apesar de ser um interessante panorama sobre o impedimento do Collor, escrito ainda no calor dos acontecimentos. Outro ponto negativo foi o fato de não ter lido inteiro o conjunto de ensaios do Ítalo Calvino "Por que ler os clássicos", que me agradou em vários momentos e me entediou em outros. "Formação econômica do Brasil" foi uma tentativa frustrada. O texto denso do Celso Furtado não me permitiu passar dos primeiros capítulos. Mas eu não desisto dele!

As perspectivas não são boas até aqui, pode parecer que o ano foi perdido, mas eu me dou um desconto pelo ano turbulento que foi 2010, principalmente no segundo semestre, e pelo principal foco das leituras do ano, a série sobre a ditadura militar escrita pelo Elio Gaspari. Os 4 volumes mudaram minha maneira de ver e pensar o Brasil. É o trabalho de quase 20 anos de pesquisa em que o jornalista teve acesso a fontes incríveis, sobretudo o próprio general-presidente Ernesto Geisel. Um livro que mata a cobra e mostra o pau (to sendo chulo, eu sei), já que tudo o que se afirma tem sua respectiva nota de rodapé com a fonte da informação. Recomendo a todos.

Por fim, li finalmente o Código Da Vinci, que muito me agradou e duas biografias: A do Castro Alves, o materializador do estereótipo poeta-heroi romântico (jovem, belo, abolicionista, republicano, tuberculoso, entre outras coisas...) e a do Marcinho VP, contada no Abusado, do Caco Barcellos; um mergulho nas favelas cariocas, sua formação e o sistema de tráfico dentro delas, mas, principalmente, um mergulho no bom jornalismo investigativo.


Por que ler os clássicos (não li inteiro)
Castro Alves: um poeta sempre
A Ditadura encurralada
A ditadura derrotada
O Código Da Vinci
A ditadura escancarada
A ditadura envergonhada
Abusado
Todos os homens do presidente
Formação econômica do Brasil (peguei e nem relei direito)

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