Júlio Verne lançou em 1956 um de seus livros mais famosos, e que ainda hoje inspira malucos a tentarem repetir a façanha (sabe-se lá exatamente porque) em balões de ar quente. Como boa parte de seus livros, o sr. Verne escreveu este para descrever uma teoria sua e conduzi-la de forma aventuresca e didática ao mesmo tempo.
Eram duas as teorias: Uma de que a tecnologia havia avançado tanto que, com as condições corretas, seria possível fazer algo até então impensável em um prazo curtíssimo; Com tantos três, vôos e navios, uma pessoa poderia cortar o globo em aproximadamente dois meses e meio.
A segunda era um pouco mais complexa, trabalhando com os conceitos de zonas meridionais e o estabelecimento de seus valores, que percorrendo o globo a partir do 0º (no caso foi Londres, já 10º) para o leste e de volta (ou seja, o sentido anti-horário, do -20º [Noruega, Suécia] ao +20º [Groenlândia, Islândia]), com todas as conversões horárias dos meridianos, o viajante 'ganharia' um dia. Como a cada aproximados 20º há uma variação de 1 hora, segundo o arco de 360º (180 negativos e 180 positivos), temos uma variação de 24 horas com a volta completa ao globo... No sentido certo (pois no sentido horário resultaria em um dia a mais).
Existem alguns erros e distorções neste fato, principalmente na consideração do livro, que teria uma variação bem menor que um dia no decorrer da jornada toda - uma vez que tudo depende da circunferência da terra a ser percorrida, ou seja, se do Equador ou dos pólos, há uma acentuada diferença, ainda mais quando o protagonista percorre toda a Índia de trem ou os Estados Unidos de balão...
Apesar disso, Verne estava correto nas duas afirmações.
Só que na primeira ele não fazia idéia de quanto.
Até porque com a internet hoje em dia, é possível varrer e percorrer o globo antes mesmo do café da manhã.
É possível visitar museus famosos como o Metropolitan de Nova Iorque, ou acompanhar o blog de um artista japonês sobre sua criação, ou verificar quais as últimas idéias e sensações no Togo. O mundo todo está acessível em uma tela, e se você tiver paciência e vontade de procurar, encontrarará maravilhas...
Até porque com todos os carros, ônibus e motos a tomar as ruas, e os aviões com seus overbookings para manter passagens, fica cada vez mais díficil ter pressa para chegar a qualquer lugar...
Tiago Salviatti submeteu-se a um experimento científico e fez o trajeto de Limeira a São Paulo com um aparelho para aferir sua pressão durante o percurso. O aparelho encontra-se atualmente perdido em algum pedaço da rodovia dos Bandeirantes...