sábado, 30 de junho de 2012

Pondo a leitura em dia...

Essa foi minha cabeceira por quase todo o mês de junho (na verdade, depois do dia 15, já que foi quando chegou "Os detetives Selvagens" e quando eu comprei "Histórias Fantásticas" do Adolfo Biuoy Casares).
Faço o desafio para que os colegas façam o mesmo (colocando suas leituras de cabeceira) e estendendo a prática a outros e quantos mais se interessarem em participar.

De cima a baixo

1 - High Fidelity (Alta Fidelidade) Nick Hornby - Livro sensacional - e brilhantemente adaptado para o cinema com John Cusack e Jack Black - mas pra quem não conhece nenhuma das versões, pegue o livro: É GENIAL. Hornby consegue desenvolver o protagonista Rob com uma calma e naturalidade que mesmo não acontecendo nada em boa parte do livro, é fácil se sentir como um dos frequentadores da loja de discos, ou dos pubs...

2 - O Andar de Bêbado, L Mlodinow - Um livro de estatística, tratando de causalidade e casualidade, mais ou menos como Freakonomics trata de economia sem economês. Até é interessante, mas é mais difícil de manter o pique na leitura... 50 páginas foi meu limite...

3 - História do cerco de Lisboa, José Saramago - Saramago é sempre brilhante, e esse é um dos livros que eu mais gosto dele (junto com o Ano da Morte de Ricardo Reis), então vira e mexe estou relendo. Dessa vez só está de figuração na cabeceira, porque nem toquei nele...

4 - História universal da infâmia, Jorge Luis Borges - O último (lançado até agora) do Borges da coleção da Cia das Letras. Interessante, mas longe de outros que eu realmente gostei... Também estou travado na leitura dele, devo retomar em julho com mais firmeza...

5 - As teorias Selvagens, Pola Oloixarac - Como primeiro romance da moça, tá de bom tamanho, mostra que ela tem talento e potencial. Como livro e história, é confuso, verborrágico e exagera em coisas desnecessárias (como Chuck Palahniuk).

6 - Histórias Fantásticas, Adolfo Bioy Casares - Mais um argentino (o terceiro, com Borges e Pola), e Casares é brilhante. Eu que no começo estava receoso com a coleção Folha, estou gostando bastante, e esta pequena pérola já vale a coleção toda. Casares é um mestre em criar personagens comuns em situações extraordinárias (como a já citada "O calamar opta por sua tinta").

7 - Os detetives selvagens, Roberto Bolaño - Não confundir com o Chaves (Bolaños). Escritor CHILENO brilhante, e infelizmente vem sendo redescoberto somente depois de sua morte. Só comecei a ler, e posso dizer que é um dos livros mais legais da minha pilha. Bolaño consegue uma série de proezas na sua condução de narrativa - como escrever três livros em um (sim, os detetives selvagens são três narrativas distintas, divididas pela condução de personagens e contextos diferentes, que compõem a mesma 'investigação').

8 a 10 - A trilogia de Sharpe na Índia (O Tigre, O triunfo e A fortaleza de Sharpe), Bernard Cornwell - Apesar de fazer parte de uma coleção com 24 títulos, sempre com o soldado Richard Sharpe participando dos eventos das guerras napoleônicas - incluindo ao menos dois encontros com o próprio Bonaparte. Este é o começo de tudo, e apesar de não ter nenhum prodígio e brilhantismo, é uma leitura envolvente (e fácil). Cornwell usa o cenário histórico de eventos reais como cenário de suas situações absurdas do Jack Bauer do século XIX (torturado, espancado, chutado e jogado para os tigres, mas ele escapa sempre triunfante).
Falta ainda o último (A fortaleza), mas eu já peguei o espírito da coisa, e sei que é só uma aventura descompromissada e invariavelmente divertida.

Enfim, essa é minha lista.
Tomara que eu consiga diminuí-la ...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O calamar opta por sua tinta

No distante ano de 1.962 foi publicado um breve texto de Adolfo Bioy Casares, autor argentino de primeira grandeza (que entre seus títulos tem a proeza de ser co-autor com Jorge Luis Borges em diversas ocasiões) que discorria sobre a chegada de um alienígena à Terra.

Ele trazia uma lição de paz e parcimônia que poderia salvar nosso planeta, já naquela época, mas seu metabolismo diferente do nosso precisava de uma fonte constante de hidratação externa (nada que um simples regador de jardim resolvesse).

A humanidade optou por deixá-lo morrer.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A volta ao mundo em oitenta cliques

Júlio Verne lançou em 1956 um de seus livros mais famosos, e que ainda hoje inspira malucos a tentarem repetir a façanha (sabe-se lá exatamente porque) em balões de ar quente. Como boa parte de seus livros, o sr. Verne escreveu este para descrever uma teoria sua e conduzi-la de forma aventuresca e didática ao mesmo tempo.

Eram duas as teorias: Uma de que a tecnologia havia avançado tanto que, com as condições corretas, seria possível fazer algo até então impensável em um prazo curtíssimo; Com tantos três, vôos e navios, uma pessoa poderia cortar o globo em aproximadamente dois meses e meio.

A segunda era um pouco mais complexa, trabalhando com os conceitos de zonas meridionais e o estabelecimento de seus valores, que percorrendo o globo a partir do 0º (no caso foi  Londres, já 10º) para o leste e de volta (ou seja, o sentido anti-horário, do -20º [Noruega, Suécia] ao +20º [Groenlândia, Islândia]), com todas as conversões horárias dos meridianos, o viajante 'ganharia' um dia. Como a cada aproximados 20º há uma variação de 1 hora, segundo o arco de 360º (180 negativos e 180 positivos), temos uma variação de 24 horas com a volta completa ao globo... No sentido certo (pois no sentido horário resultaria em um dia a mais).
Existem alguns erros e distorções neste fato, principalmente na consideração do livro, que teria uma variação bem menor que um dia no decorrer da jornada toda - uma vez que tudo depende da circunferência da terra a ser percorrida, ou seja, se do Equador ou dos pólos, há uma acentuada diferença, ainda mais quando o protagonista percorre toda a Índia de trem ou os Estados Unidos de balão...

Apesar disso, Verne estava correto nas duas afirmações.
Só que na primeira ele não fazia idéia de quanto.

Até porque com a internet hoje em dia, é possível varrer e percorrer o globo antes mesmo do café da manhã.
É possível visitar museus famosos como o Metropolitan de Nova Iorque, ou acompanhar o blog de um artista japonês sobre sua criação, ou verificar quais as últimas idéias e sensações no Togo. O mundo todo está acessível em uma tela, e se você tiver paciência e vontade de procurar, encontrarará maravilhas...

Até porque com todos os carros, ônibus e motos a tomar as ruas, e os aviões com seus overbookings para manter passagens, fica cada vez mais díficil ter pressa para chegar a qualquer lugar...

Tiago Salviatti submeteu-se a um experimento científico e fez o trajeto de Limeira a São Paulo com um aparelho para aferir sua pressão durante o percurso. O aparelho encontra-se atualmente perdido em algum pedaço da rodovia dos Bandeirantes...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Serviço de utilidade pública!

No mês de junho o CCBB Rio e São Paulo (aliado ao CineSesc SP) trazem a maior mostra de um dos maiores cineastras de todos os tempos (alheio a questionabilidade da índole do sujeito como visto aqui e aqui também).

São 59 filmes, 127 (dos 363 [!!!!]) episódios da série "Alfred Hitchcock apresenta", além de curtas inéditos, debates e eventos paralelos ocorrendo nos centros e no CineSesc.


Pra quem está em São Paulo, ainda tem a oportunidade de curtir as obras de Escher nos intervalos entre filmes!

O site completo com programação, eventos e outros detalhes é: http://www.mostrahitchcock.com.br/

A sugestão foi dada.

Será que também vão passar os episódios dos Simpsons influenciados por ele?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que li em 2010

Publicado originalmente no Blog Pacaembuanas (http://pacaembuanas.blogspot.com/)

Por Jefferson Atayde

twitter: @jeffersonpaca


Em 2010 eu comecei a ter acesso à biblioteca do CCBB-RJ, que tem um ótimo acervo, apenas entrando em um dos aplicativos do banco. Em alguns dias o livro chega na minha mesa em malote lacrado. Maravilha, praticamente não peguei livros em outro lugar neste ano. Como o sistema guarda o "histórico do usuário", fiquei com uma relação dos livros emprestados (e, portanto teoricamente lidos) ao longo do ano; coisa que eu sempre quis fazer e que nunca deu certo, quase sempre porque eu perdia a lista ou me esquecia dela.

Analisando a relação fica claro que não foram muitos livros, 10, não batendo nem a minha meta de um livro por mês. Situação acentuada pelo fato de que "Todos os homens do presidente" é apenas um livreto desses publifolha - apesar de ser um interessante panorama sobre o impedimento do Collor, escrito ainda no calor dos acontecimentos. Outro ponto negativo foi o fato de não ter lido inteiro o conjunto de ensaios do Ítalo Calvino "Por que ler os clássicos", que me agradou em vários momentos e me entediou em outros. "Formação econômica do Brasil" foi uma tentativa frustrada. O texto denso do Celso Furtado não me permitiu passar dos primeiros capítulos. Mas eu não desisto dele!

As perspectivas não são boas até aqui, pode parecer que o ano foi perdido, mas eu me dou um desconto pelo ano turbulento que foi 2010, principalmente no segundo semestre, e pelo principal foco das leituras do ano, a série sobre a ditadura militar escrita pelo Elio Gaspari. Os 4 volumes mudaram minha maneira de ver e pensar o Brasil. É o trabalho de quase 20 anos de pesquisa em que o jornalista teve acesso a fontes incríveis, sobretudo o próprio general-presidente Ernesto Geisel. Um livro que mata a cobra e mostra o pau (to sendo chulo, eu sei), já que tudo o que se afirma tem sua respectiva nota de rodapé com a fonte da informação. Recomendo a todos.

Por fim, li finalmente o Código Da Vinci, que muito me agradou e duas biografias: A do Castro Alves, o materializador do estereótipo poeta-heroi romântico (jovem, belo, abolicionista, republicano, tuberculoso, entre outras coisas...) e a do Marcinho VP, contada no Abusado, do Caco Barcellos; um mergulho nas favelas cariocas, sua formação e o sistema de tráfico dentro delas, mas, principalmente, um mergulho no bom jornalismo investigativo.


Por que ler os clássicos (não li inteiro)
Castro Alves: um poeta sempre
A Ditadura encurralada
A ditadura derrotada
O Código Da Vinci
A ditadura escancarada
A ditadura envergonhada
Abusado
Todos os homens do presidente
Formação econômica do Brasil (peguei e nem relei direito)